Educadores debatem ensino noturno para jovens e trabalhadores
Mais de 5 mil estudantes jovens e trabalhadores estão matriculados nos 11 Centros Noturnos (CENEB) na Bahia criados pela Secretaria da Educação do Estado, com uma proposta pedagógica diferenciada que estimule os estudantes trabalhadores a darem continuidade aos estudos. E é com o objetivo de fortalecer o processo de ensino e aprendizagem dos estudantes com este perfil, que a Secretaria está realizando, nestas quarta e quinta-feira (23 e 24), o IV Seminário de Acompanhamento da Aprendizagem dos Centros Noturnos.
O evento reúne gestores, professores, articuladores e líderes de turmas da capital e das cidades de Feira de Santana, Jacobina, Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Cachoeira, Vitória da Conquista e Conceição do Coité, no Centro Juvenil de Ciência e Cultural, localizado no Colégio Central, no bairro de Nazaré, em Salvador. Dentre outras questões, estão sendo abordadas temáticas como a articulação tecnológica nos CENEB, o currículo do Ensino Médio noturno, a reestruturação do tempo pedagógico (carga horária) e a organização das unidades didáticas.
Os participantes estão debatendo, também, a realização de pesquisas orientadas e projetos de intervenções sociais com os estudantes do noturno, contribuindo para a elevação da escolaridade dessa população economicamente ativa que não tem como frequentar a escola durante o dia.
A ideia, segundo Rita Oliveira, coordenadora da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria da Educação do Estado, é formalizar o tempo do Ensino Médio noturno, que é de 5 horas/aula, para 4 horas/aula. Dentro dessa perspectiva, uma das propostas é promover, em sala de aula, atividades de pesquisas orientadas para que possamos trabalhar com o tempo real desse público diferenciado, que não consegue estar presente às 18h30, para o início das aulas, porque ainda está se deslocando do trabalho.
“O processo de permanência e sucesso desses jovens e adultos trabalhadores em sala de aula implica na efetiva proposição de ações que qualifiquem o trabalho pedagógico nesse turno de estudo. Dentro dessa perspectiva estão sendo discutidas estratégias como aulas mais criativas, no sentido de tornar o aluno o ator do seu conhecimento”, ressalta Rita Oliveira. Nesse sentido, completa, foram criados canais de escuta, que são instrumentos essenciais para afinar as práticas pedagógicas, de acordo com a realidade de cada Centro Noturno. “Quando atuamos como educadores nesse turno especial, precisamos compreender as limitações de tempo desse aluno”.
A gestora do CENEB de Vitória da Conquista, Elisabeth Couto, acredita que é importante reunir as falas de educadores ligados aos Centros Noturnos para debater propostas que visam dinamizar o ensino noturno. “Queremos criar diretrizes que contemplem os trabalhadores, dentro de suas realidades, buscando as competências desses alunos em participação de avalições externas, como o ENEM, concursos públicos, vestibulares e outros”.
Centros Noturnos – Voltados, especialmente, para estudantes trabalhadores do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e da Educação Profissional, os Centro Noturnos do Estado da Bahia foram criados em 2013, pela Secretaria da Educação do Estado. Com uma metodologia diferenciada, os CENEB funcionam a partir de uma proposta pedagógica pautada em três dimensões: Mundo do Trabalho; Ciência e Tecnologia e Arte e Cultura.