Presidente da ALBA alerta que desindustrialização no Brasil acendeu o sinal vermelho
O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), Nelson Leal (PP), informou que está preocupado com as crescentes dificuldades vividas pelo parque industrial brasileiro que pode chegar ao ponto de falência, pois o problema, além de grave, é contínuo e atinge especialmente aos estados da região Nordeste, num cenário em que a Bahia, infelizmente, não está de fora. O diagnóstico do presidente da Assembleia sobre os danos causados à economia brasileira pela longa recessão foi acrescido pelo risco de falência da Construtora OAS veiculada pela Folha de São Paulo é mais uma indicação de que acendeu o sinal vermelho para o grave problema do acelerado ritmo da desindustrialização no Brasil. “O problema da falência do parque industrial brasileiro é grave e vem sendo sinalizado há quase 15 anos”, frisou. Para ele, a notícia sobre a OAS é emblemática e exige uma atenção absoluta das autoridades. Não dá mais para a equipe econômica do Governo Federal fechar os olhos a isso”, reclamou.
O chefe do Legislativo da Bahia chama a atenção para o declínio do setor e a situação de queda livre de sua participação em relação ao PIB brasileiro nos últimos anos, conforme o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI). “A produção industrial recuou 0,2% no primeiro bimestre desse ano, em relação a 2018. E respondeu por apenas 11,3% de toda a atividade econômica do país, sendo a pior performance em mais de 70 anos. Essa participação já foi de 30% na década de 80. A OAS, conforme o jornal, chegou a ter 127 mil trabalhadores diretos e indiretos em 2014, e atualmente tem 19 mil”, advertiu.
O presidente da ALBA destaca ainda a necessidade de investimentos públicos para a retirada da indústria brasileira do buraco em que se encontra, pois, a seu ver, é fundamental dar competitividade ao parque industrial do Brasil, e as medidas passam, necessariamente, por políticas públicas. “Isso, completou, estimula os investimentos privados, além de aquecer também o importante segmento do comércio”.
Nelson Leal baliza suas preocupações com os atuais números da indústria e previsões do próprio governo: “O setor de construções no Brasil encolheu 85% em três anos. Não há economia que se sustente de pé. E o mais grave, já aponta para uma recessão”. E lembrou que o Boletim em Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira, reduziu pela 20ª semana consecutiva a previsão de crescimento do PIB desse ano, com previsão de crescimento da inflação para 3,82%”. O deputado Nelson Leal também está preocupado também com o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, assinado pelos integrantes dos blocos econômicos, semana passada, em Bruxelas, na Bélgica.
“Os Parlamentos brasileiro e dos países sul-americanos devem se debruçar com muito cuidado sobre as cláusulas do acordo. Estimula o país, ao que me parece, à importação somente de commodities e produtos agrícolas. Isso pode ajudar em parte o agronegócio, mas não é suficiente para recuperar a economia. O acordo é prejudicial à indústria nacional. Precisamos vender também para a Europa produtos industrializados e manufaturados. Isso é essencial para a economia do Brasil”, sublinha.