O deputado estadual Samuel Júnior (PDT) considerou ofensiva a forma como o governador Rui Costa se dirigiu às igrejas evangélicas durante o anúncio do decreto que proíbe a realização de cultos em cidades da Bahia com casos confirmados do COVID-19. Durante a divulgação das novas medidas no programa “Papo Correria” veiculado nas redes sociais, Rui afirmou que, caso necessário, moveria uma ação criminal contra pastores ou entidades religiosas que descumprissem o decreto.

Para o parlamentar que faz parte da base do governo na Assembleia Legislativa, as instituições religiosas cumprem um importante papel na sociedade decorrente da ausência ou ineficiência de políticas públicas aplicadas pelo estado. “O governador foi muito agressivo quando disse que moveria uma ação criminal como se os pastores fossem alguns criminosos. Sei que não era a intenção, mas essa colocação de Rui Costa nos ofendeu bastante. As igrejas evangélicas são as maiores parceiras que o estado tem. Conseguimos chegar onde o poder público não chega. Descemos em locais de difícil acesso, comunidades muitas vezes até tomadas pelo tráfico de drogas mas que têm grande respeito pelo segmento evangélico”, afirmou o pedetista.

NOSSA INSATISFAÇÃO À FALA DO GOVERNADOR!

Publicado por Samuel Junior em Terça-feira, 17 de março de 2020

Representante da igreja Assembleia de Deus, organização presente nos 417 municípios da Bahia, Samuel Junior colocou a estrutura física dos templos religiosos à disposição do poder público caso as Secretarias de Saúde necessitem montar algum ponto de apoio para assistência aos infectados. “Em qualquer dos nossos templos, em qualquer parte da Bahia, nossas igrejas estão à disposição como prova de que somos parceiros do estado e gostaríamos muito de continuar contribuindo”, destacou.

De acordo com o decreto anunciado pelo Governo do Estado, está proibida a realização de cultos, missas e eventos esportivos com a presença de mais de 50 pessoas nos municípios de Salvador, Porto Seguro, Prado e Feira de Santana. A lista de cidades que sofrerão a sanção poderá ser ampliada a medida que a transmissão do novo coronavírus avance na Bahia. (Ascom)