ACM Neto destaca potencial econômico de Mata de São João e Camaçari e critica distanciamento do governo
O pré-candidato a governador, ACM Neto (União Brasil), visitou nesta terça-feira (14) as cidades de Mata de São João e Camaçari, na região metropolitana de Salvador.
Nos dois municípios, o ex-prefeito da capital destacou o potencial econômico no turismo e na indústria, respectivamente, e apontou um problema recorrente em cidades com gestões de oposição no cenário estadual: a ausência de investimentos do Governo do Estado, apesar da proximidade com a sede administrativa do poder estadual. “Aqui em Mata, temos no turismo um grande potencial. Mas, cadê? Falta governador para dar as mãos ao prefeito”, resumiu Neto.
“É preciso fazer um trabalho coordenado com o município. Precisa de um governador que invista em infraestrutura, que pegue o prefeito e rode esse Brasil com ele, atrás de empresários que queiram abrir novos hotéis, que queiram ampliar o setor de serviços, de bares, de restaurantes, de lojas. Que queiram vender o destino Litoral Norte para o mundo e queiram empregar o povo”, disse no discurso em evento político na cidade, que contou com diversas lideranças, entre elas o prefeito João Gualberto (PSDB).
Neto lembrou que a chamada Costa dos Coqueiros, onde está Mata de São João, viveu um ciclo de desenvolvimento baseado no turismo na década de 90 e início dos anos 2000, com uma série de obras de infraestrutura do governo do estado, a exemplo da BA-099, ou Linha Verde. Porém, nos últimos 16 anos, esse trabalho foi desacelerado.
Em seu discurso, o prefeito João Gualberto (PSDB) citou um dos maiores exemplos disso: há 16 anos, o governo do estado promete abrir uma estrada ligando a sede do município ao litoral, numa distância de 28 km. Sem ela, os matenses são obrigados a rodar mais de 70 km para chegar à Praia do Forte, passando por Camaçari.
Neto disse que, se for eleito, vai realizar essa obra: “Estive no começo do ano ao lado de Gualberto e participei da inauguração do primeiro trecho dessa estrada até o litoral, que foi realizado com recursos próprios da prefeitura. João Gualberto, cansado das promessas, fez a mesma coisa que eu fiz em Salvador: não esperou o governo do estado e realizou a obra com recursos próprios. Mas tem uma outra parte da estrada para terminar, e aí vai precisar de um governador parceiro e comprometido com essa cidade”, disse.
Em Camaçari
Antes, o pré-candidato a governador visitou Camaçari, administrada por Elinaldo Araújo (União Brasil), também de oposição. Lá, segundo Neto, o cenário de distanciamento do governo do estado se repete, sendo o fechamento da fábrica da Ford, em 2021, o episódio mais dramático registrado nos últimos anos.
“A Ford fechou as portas, levando empregos para outros lugares, sob um olhar complacente do governo do estado. Nós não vimos o governo e o seu principal líder, o governador, levantar a voz. Não vimos uma mobilização política nacional, não vimos uma união, liderada a partir do governador, para impedir que isso acontecesse. Da mesma forma, não vimos uma reação à altura do governo do estado, não vimos ninguém correr atrás de outra indústria para substituir os empregos que foram perdidos”, disse Neto.
O ex-prefeito de Salvador lembrou que, assim como Mata de São João, Camaçari viveu um processo de desenvolvimento no final da década de 90 e início dos anos 2000, quando a Ford foi instalada. Antes, já havia passado por isso na década de 70, com a implantação do Pólo Petroquímico. Não à toa, a Bahia era governada nessas épocas pelo ex-governador Antônio Carlos Magalhães ou pelo grupo liderado por ele.
“A gente precisa ter um governo antenado com a mudança da matriz industrial e que tenha a capacidade de voltar a atrair indústrias para a Bahia. No caso da Ford, por exemplo, você tem aqui um investimento de tempo e de dinheiro enorme que foi feito. Temos empresas asiáticas que estão sinalizando que podem vir instalar suas fábricas no Brasil. Se tiver uma postura como a que o estado teve quando a Ford veio para a Bahia, de correr atrás do empresário, de criar todas as condições, elas vão se interessar em vir para a Bahia. Precisa de uma postura muito mais enérgica”, disse ACM Neto. (Ascom)