Agricultura familiar baiana vai contar com 422 agroindústrias até 2022
O processo de agroindustrialização do que é produzido pela agricultura familiar da Bahia, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), vem transformando o rural baiano. Até 2022, serão 422 agroindústrias em funcionamento no Estado. O resultado é mais alimentos na mesa dos baianos, mais inclusão produtiva, mais renda, mais oportunidades para agricultores e mais recursos circulando na economia dos municípios.
Para permitir o beneficiamento, a transformação, o surgimento de novos produtos e agregar valor à produção primária dos agricultores familiares, nos últimos cinco anos, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa vinculada à SDR, estão sendo aplicados mais de R$ 250 milhões nessa estratégia, beneficiando aproximadamente 35 mil famílias.
De acordo com o secretário da SDR, Josias Gomes, as agroindústrias trazem uma nova visão para o agricultor familiar: “Na medida que a gente insere essas agroindústrias, dá ao agricultor condição de aumentar sua renda, que é sobretudo o nosso propósito, fazer com que o agricultor familiar tenha condições de viver bem na sua terra e ter condições de dizer ao filho, como não dizia antes, que ele pode voltar, depois de estudar, para trabalhar na sua propriedade, porque agora o estado da Bahia investe para que o produto que ele produz tenha valor agregado, que permite que eles vivam do que produzem”.
Para o diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, o processo de transformação da produção agropecuária primária é imprescindível para conferir durabilidade e valor agregado aos produtos comercializados pelas cooperativas: “É na transformação do leite in natura, em leite pausterizado, queijo, iogurte ou manteiga, que as vendas se expandem e alcançam diferentes mercados, por exemplo. E é assim que se pode responder ao aumento de produção e produtividade dos agricultores, com a consequente elevação das suas rendas”.
Nesta quinta-feira (29), mais uma agroindústria será inaugurada. Desta vez, será a agroindústria da Cooperativa Agroindustrial Vale do Paraíso (Cooperparaíso) localizada na zona rural do município de Sobradinho, Território de Identidade Sertão do São Francisco. A cooperativa se destaca no mercado orgânico com a produção de acerola, com a produção de 200 hectares da fruta, mas as acerolas até agora eram comercializadas in natura.
A agroindústria tem capacidade de processamento de 2 mil toneladas de polpa por ano. Os investimentos na Cooperparaíso são feitos pela CAR, que executa os projetos Bahia Produtiva e Pró-Semiárido, e beneficiará diretamente 169 famílias vinculadas à organização.
Pelo Pró-Semiárido, foram R$2,5 milhões, direcionados para estruturação da base produtiva, com construção de adutoras, e de apoio à gestão e produção, com entrega de equipamentos como empilhadeiras, câmaras frias, balanças, móveis e equipamentos de escritório. Pelo Bahia Produtiva, foram R$3,7 milhões aplicados na aquisição de máquinas de sistema de lavagem, extração, pasteurização e enchimento, assistência técnica para os agricultores e agricultoras, além de energia solar, que está sendo instalada na agroindústria.
De acordo com o presidente da cooperativa, Josivan Souza, a expectativa é triplicar o faturamento da cooperativa, que, em 2020, foi de quase R$1 milhão. “Com a agroindustrialização do produto, vamos aumentar a receita da cooperativa em 200%, pois vamos alcançar um mercado que antes era impossível. Vamos fazer e vender a polpa da fruta, em tambor de 200 litros, e inserir novas frutas como goiaba e manga. O apoio do governo possibilitou o aumento de 30% do valor da fruta in natura e, com os equipamentos instalados, os agricultores estão incentivados a aumentarem o plantio e a ingressarem nessa nova atividade, mais rentável”. (Secom / SDR)