Após questionamento do presidente da Câmara de Feira, secretário confirma venda do HTO por R$ 17 mil
Durante a oitiva do secretário de Saúde, Marcelo Brito, testemunha na CPI da Saúde – Comissão Parlamentar de Inquérito – da Câmara Municipal de Feira de Santana, na manhã desta sexta-feira (08), o vereador e presidente da Casa, Fernando Torres (PSD), questionou a testemunha sobre a prestação de consultoria de ortopedia à UPA da Queimadinha, no valor de mais de R$ 400 mil, apesar de a unidade não oferecer tal especialidade à população.
O secretário confirmou o serviço prestado e o valor que foi pago pela Prefeitura a ele. Fernando pontuou a discrepância existente no custo da consultoria, sendo que a UPA não dispõe, por exemplo, de medicamentos, profissionais, e itens para funcionalidade. “Tudo começou com a emissão de notas fiscais pelo senhor à UPA da Queimadinha, referente à prestação de serviço do senhor antes de ser secretário, mais precisamente uma consultoria de dois meses no valor de mais de R$ 400 mil. Mas a UPA não oferece atendimento em ortopedia, que é a sua especialidade. Lá na UPA falta tudo, inclusive; medicação, profissionais, limpeza etc. Então não entendo como foi paga uma quantia dessa para o senhor”, disse.
Ainda, durante seus questionamentos, Fernando Torres indagou à testemunha sobre a venda do Hospital de Traumatologia e Ortopedia (HTO). “Durante o andamento da CPI, o senhor vendeu o HTO para a tia de sua esposa por R$17 mil. Um local que vale mais de R$10 milhões foi vendido por apenas R$17 mil? O senhor deu o hospital; não foi uma venda. Quero saber, secretário, como terminou essa negociação”, ressaltou.
O secretário Marcelo Brito, em resposta, disse que a UPA da Queimadinha é uma das melhores unidades do município, e que fez, sim, consultoria de ortopedia, apesar da UPA não oferecer atualmente essa especialidade à população. Mas disse que “não foram apenas dois meses de consultoria, e sim mais de seis meses”. “Normalmente cobramos valores até mais caros que esse, mas como se tratou de um setor público, cobramos R$210 mil por mês”, afirmou.
Sobre o HTO, Marcelo Brito disse que, no momento que recebeu o convite para ser secretário de saúde do município, começou a venda da unidade hospitalar. “Vendi, sim, pelo valor de R$17 mil para a tia da minha esposa; eu não poderia ser secretário de saúde tendo o credenciamento do HTO”, declarou. Fernando sugeriu que haja intimação do Ministério Público Federal, da Polícia Federal e da Receita Federal para investigar os valores envolvidos. (CMFS)