Artigo: Não tenho dinheiro, mas compro pelo dobro
Por Luiz Santos
Jornalista, Radialista e apresentador do programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM
A lei eleitoral obriga todos os postulantes aos cargos de vereador, prefeito e vice a declararem o patrimônio perante a Justiça Eleitoral e, como sempre, os nossos políticos espertos que são, sempre dão aquele jeitinho de brasileiro, fazendo jus a lei “Gerson de querer levar vantagem em tudo”, declaram, mas não pelo valor real e sim pelo venal de quando eles adquiriram o patrimônio, principalmente imóveis .
O site politicainrosa.com.br fez um trabalho minucioso, através de um levantamento sobre os valores declarados dos candidatos a prefeito de Feira. Confesso que fiquei penalizado com a pobreza de todos os declarantes, pois os patrimônios deles são muito desvalorizados. Eu não tenho dinheiro, mas se eles quiserem vender tudo pelo valor declarado, farei uma “vaquinha” entre os internautas do site conectadonews.com.br e ouvintes do programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM e arrecadarei o triplo dos valores declarados e comprarei tudo. No entanto, essa tática não é exclusiva dos atuais candidatos. Em um passado recente, o ex-prefeito de Feira, José Ronaldo declarou o valor do seu imóvel ,uma casa no bairro do Pilão e virou chacota nacional, até o saudoso Ricardo Eugenio Boechat, criticou Ronaldo em cadeia nacional de rádio, pois o valor declarado pelo ex-prefeito não era condizente ao preço do imóvel.
Já se sabe que os nossos políticos não gostam quando falamos das declarações dos patrimônios que pertencem a eles, porém isso é algo que nos deixa inquietos e nos vêm à mente as seguintes perguntas: Por que eles não declaram o que de fato é verdade? Será que eles adquiriram seus bens através do fruto de seu trabalho como políticos? Ou exercem outras profissões e escondem? Lembro-me de um certo político feirense que me concedeu uma entrevista e quando o questionei sobre os valores declarados por ele antes das eleições e, depois de eleito, triplicou os patrimônios em tão pouco tempo. Ele me respondeu de forma taxativa e rispidamente: “Estou aqui pra falar da minha administração e não para declarar imposto de renda”.
Não é pecado ou crime ser rico, porém vivemos em um país capitalista onde, infelizmente, alguns analisam o ter e não o ser, vendo o que você tem e não o que você é. Portanto, os nossos políticos não precisam esconder de nós as suas riquezas licitas, pois sabemos que o tempo é o senhor da razão “vamos dar tempo ao tempo como diz o ditado popular” por sinal muito verdadeiro. Daqui a 4 anos iremos observar quais são os reais valores financeiros desses políticos, se eles ficaram mais ricos ou mais pobres.
Lanço aqui, mais uma vez, a proposta mencionada acima: se esses candidatos quiserem vender seus imóveis pelo valor declarado ao TRE, quero comprar tudo pelo dobro do valor informado.