Autoridades estaduais, municipais e diretores de hospitais não comparecem em audiência para discutir Central de Regulação
Apesar do empenho dos vereadores da Câmara Municipal de Feira de Santana (CMFS) em discutir a situação da Central de Regulação na Bahia, a audiência pública realizada nesta sexta-feira (04), para debater sobre a temática, foi marcada pela ausência de autoridades estaduais, municipais e diretores de hospitais. Proponente da sessão, Paulão do Caldeirão (PSC) considerou a atitude como lamentável e desrespeitosa, condenando o não comparecimento da secretária de Saúde da Bahia, Adélia Ribeiro; do secretário Municipal de Saúde, Marcelo Britto; do Presidente do Ministério Público, Promotor Audo Silva Rodrigues; diretor do Hospital Geral Clériston Andrade, José Carlos Pitangueira; da diretora-geral do Hospital Dom Pedro, Sandra Peggy; do diretor da Casa de Saúde Santana, Elenilson Santos; de representante da direção do Hospital da Criança e o diretor do Hospital da Mulher, Francisco Mota. No entanto, o vereador deu início aos debates chamando atenção para a morte de Eliege Bento dos Santos, que passou 22 dias internada na Policlínica do conjunto George Américo enquanto aguardava a regulação para uma unidade hospitalar.
O “descaso” com a regulação de Eliege Bento motivou uma representação no Ministério Público da Bahia impetrada pelo parlamentar. Na ação, ele solicita um Mandado de Segurança e a investigação do caso. Uma queixa-crime também será formalizada por Paulão do Caldeirão, que deseja saber das unidades hospitalares presentes em Feira de Santana, informações sobre a quantidade de leitos existentes, qual o critério adotado para fornecer as vagas, quantas pessoas são atendidas e quantas têm alta diariamente.
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Saúde e Institutos de Pesquisas Afins da Bahia e vice-presidente da Comissão de Saúde e Saneamento da Assembleia Legislativa, o deputado estadual José Arimateia compara a Central de Regulação à Covid-19 em número de óbitos. Segundo ele, o longo tempo de espera enfrentado por pacientes é uma situação grave e que não deve ser politizada. O aperfeiçoamento da atenção primária e a construção de um Hospital Municipal são alternativas defendidas pelo deputado.
“O problema não está simplesmente na regulação”, acrescenta o deputado estadual Carlos Geilson. Ao analisar a problemática, ele destaca que o principal objetivo da Central é transferir os pacientes para hospitais especializados sem interferência política. No entanto, observa que a quantidade de leitos nas unidades hospitalares existentes no município não são suficientes para a demanda de Feira de Santana e cidades circunvizinhas, comprometendo todo o sistema.
Presidente da Comissão de Saúde da Casa da Cidadania, o vereador Emerson Minho (DC) defende a construção de um Hospital Municipal para desafogar a demanda de média e alta complexidade atendida pelo Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA). Desta forma, haveria maior quantidade de leitos disponíveis e a procura por vagas pela Central de Regulação poderia ser agilizada, analisa o parlamentar. A medida também foi sugerida pelos vereadores Jhonatas Monteiro (PSOL), Lu de Ronny (MDB), Luiz da Feira (PROS) e Silvio Dias (PT), que discursaram durante a audiência.
Conduzida por Paulão do Caldeirão, a sessão ainda contou com a presença de Correia Zezito (Patriota), José Carneiro (MDB), Jurandy Carvalho (PL), Lulinha (DEM), Pedro Américo (DEM), Pedro Cícero (Cidadania), Petrônio Lima (Republicanos) e Zé Curuca (DEM). Na Mesa de Honra, estavam presentes os deputados estaduais Carlos Geilson e José de Arimatéia, além de Emerson Minho, Luiz da Feira, Silvio Dias e Vitor Pina, assessor jurídico de Paulão. (CMFS)