Deputada quer declarar Rei Momo como patrimônio imaterial da Bahia
Declarar o Rei Momo como patrimônio imaterial do Estado da Bahia é o que propõe o Projeto de Lei 23.699/2019 de autoria da deputada estadual Mirela Macedo (PSD). A parlamentar justifica a proposição afirmando que, há mais de meio século, o Rei Momo compõe o patrimônio cultural imaterial de Salvador. “Considerado o dono do Carnaval, é ele quem comanda a folia, possuindo uma personalidade zombeteira, delirante e sarcástica”, explicou.
No documento, Mirela relembrou um pouco da história do Rei Momo no Carnaval de Salvador. A brincadeira carnavalesca surgiu desde a escolha de Milton Ferreira da Silva, o Ferreirinha, em 1959, para ser o primeiro Rei Momo oficial, em concurso instituído pelos jornalistas Edmundo Filho e Silva Filho, do casting de locutores da rádio Excelsior, que, por muitos anos, deteve a patente.
Segundo a parlamentar, a escolha de Ferreirinha “foi de conveniência, favorecida pelo seu físico avantajado, compatível com o imaginário do Deus da pilharia da mitologia grega, e pelo fato de ser motorista da Sutursa, órgão de turismo da Prefeitura do Salvador. Teve um longo reinado de 29 anos, substituído em 1989 pelo seu filho Nilson Ferreira”.
“O Rei Momo até hoje, é amado, paparicado, saudado por toda parte onde passa. O reinado da família, pai e filho, findou em 1990, quando a Federação Baiana dos Clubes Carnavalescos promoveu, de fato, uma eleição, e a escolha recaiu em José Eduardo Santana Vita, que reinou nos Carnavais de 1990,1991,1993 e 2001”, lembrou Mirela.
Ela recordou ainda que Vita não foi o único eleito para mais de um mandato. Paulo Ferreira Passos foi eleito em 1994 e 1997; Pedro Balbino de Almeida Filho, em 1995, 1998 e 2002; Édicles Calmon Brasil de Melo, em 1999 e 2000; Alexandre Pereira Vasconcelos, em 2004 e 2005; Leandro França dos Santos, em 2012 e 2013, Alan Nery, em 2015, 2017 e 2018 e Renildo Barbosa, em 2014 e 2019”.
O Carnaval da Bahia teve ainda outros Reis Momos, eleitos para um mandato só: Wiliam do Nascimento, em 1992, James Jorge Silva, em 1996, Ivonilson Queiroz de Oliveira, em 2003; Omar Jesus, em 2006; Eraldo Alves, em 2007; Edgar Passos Ferreira, em 2011, e Duduzinho Nery, em 2016.
“Por tais razões, a presente proposição visa proteger um bem de valor artístico e histórico, que integra o patrimônio cultural da Bahia”, definiu Mirela Macedo, no projeto de lei. (ALBA)