“É um absurdo ver a população da Bahia sitiada pelo tráfico”, afirma Targino após chacinas
O deputado estadual Targino Machado (Democratas), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), lamentou, nesta segunda-feira (16), os recentes casos de violência que assustaram a população baiana e voltou a criticar a política de segurança adotada pelo governo do estado. Na semana passada, três chacinas chamaram a atenção do estado e tiveram repercussão nacional. “É um absurdo ver a população da Bahia sitiada pelo tráfico. Ano após ano o governo vem perdendo a guerra para o tráfico, e quem paga o preço é a população, que fica desprotegida. O reflexo disso são os alarmantes números de violência na Bahia, especialmente os homicídios”, diz o parlamentar, lembrando que o estado fechou 2017 com 7.487 mortes, segundo o Atlas da Violência, o que posiciona a Bahia na liderança nacional em números absolutos de assassinatos.
A primeira chacina ocorreu na última sexta-feira (13), quando quatro motoristas de aplicativos foram encontrados mortos, com sinais de golpes de facão, na comunidade Paz e Vida, no bairro da Mata Escura. No dia seguinte, três pessoas foram mortas no recuo da Avenida Juracy Magalhães Júnior. Uma criança foi baleada neste caso e também morreu. Antes, na quinta-feira, em outra chacina, quatro pessoas foram mortas em uma residência em Mussurunga. “O pecado dos motoristas do aplicativo: não se sentirem com confiança de trafegar em alguns locais da cidade. A resposta dos traficantes foi sacrificar quatro pessoas. E essa sensação de insegurança toma conta do estado, até mesmo nos mais lugares mais pacatos”, afirma Targino.
O deputado diz, ainda, que o governo não investe o suficiente nas polícias, sucateando delegacias, viaturas e equipamentos e, consequentemente, prejudicando o trabalho dos policiais. “Diariamente nós recebemos denúncias de veículos com problemas, policiais trabalhando com EPIs vencidos, delegacias caindo aos pedaços”, relata o parlamentar.
O líder da oposição lembra que estes crimes bárbaros são reflexo, também, da falta de investimentos em educação. “Tanto é que a maioria das vítimas de homicídios no estado é formada por homens, jovens e negros. Pessoas que estão sendo esquecidas e abandonadas pelo estado. A Bahia tem o pior ensino médio do país e o maior número de homicídios. Os dois dados estão associados”, frisa. (Ascom)