Ex-prefeito Tarcízio Pimenta diz que uma Câmara livre é sempre boa para o desenvolvimento da cidade
O ex-prefeito Tarcízio Pimenta participou no último domingo (03) do lançamento do Programa de Governo Participativo (PGP) do pré-candidato a governador, Jerônimo Rodrigues (PT), em Feira de Santana. Pimenta afirmou que desde que deixou a Prefeitura de Feira de Santana tem se dedicado a Medicina, que voltou a atuar como médico da Casa de Saúde Santana e ainda na região, retornou como professor na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Tarcízio Pimenta afirmou, em entrevista coletiva, que tem se dedicado a essas atividades que já toma seu tempo por demais. “Ser professor não é apenas dar aula, eu tenho que prepara-la, precisamos debater os assuntos. E a área de saúde é muito carente, principalmente as pessoas de todo o interior que atendemos no dia a dia. Não tenho participado efetivamente da política e não tenho me envolvido muito com as questões políticas. Mas eu acho que o momento da política é esse, agrupar o máximo que puder, trazer partidos para formar uma base forte que já existe com o PT como cabeça e partir para a luta, para o trabalho. Não tem eleição fácil, não tem eleição que já se ganhou por antecedência. A cabeça de eleitor é um negócio complicado e que às vezes não entendemos o que ele quer e qual o recado que ele dá”, afirmou.
Ele ainda falou que não se sente estimulado para disputar eleição, mas pode até participar de eventos políticos e foi dar um abraço nos políticos amigos presentes no PGP. “O combustível está meio fraco nesse momento. E eu, como disse, eu estou me dedicando a minha profissão, as minhas atividades. Hoje eu não milito medicina só em feira, tem outras cidades que eu trabalho. Para eu voltar a praticar política teria que abrir mão de várias situações que eu não me sinto à vontade no momento para fazer”, esclarece.
Tarcízio foi questionado sobre se houve alguma decepção com o ex-prefeito José Ronaldo após a sua esposa ter sido candidata a vereadora e não ter logrado êxito. Ele afirmou que votou em Zé Neto (PT) para prefeito. “Essa questão de ela ter sido candidata por um partido que tinha laços com o ex-prefeito, não me tira a liberdade de fazer o que eu acho que devo fazer. Tanto assim que não estou filiado a nenhum partido. Estou livre como um pássaro para fazer o que eu quiser do ponto de vista político”, assegurou.
O ex-prefeito falou ainda que sempre existem decepções na política e que foi perseguido pelo atual prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins Filho (MDB). “Ele me devolveu para a Uefs para dar aulas depois de 30 anos afastado. Imagine você passar 30 anos sem dar aulas e ter que voltar para a sala de aula de novo. Isso para mim é perseguição, é querer tirar o coro de alguém”, declarou.
Ao agradecer seus alunos, Tarcízio afirma que eles estão satisfeitos e vibram com o seu trabalho. “Tem aula que eu termino eles aplaudem de pé. Estou fazendo o meu trabalho. Se alguém trama contra mim ou se alguém trabalha contra mim, eu respondo com orações e pedindo a Deus que eles sejam sempre atendidos nos seus pleitos e nas suas solicitações”, disse.
O ex-prefeito não sabe porque é perseguido por Colbert Martins Filho. “Pode ser caça às bruxas. Isso não me faz ter ódio e nem rancor de ninguém. No meu coração não cabe esses sentimentos. Se ele achou que era melhor fazer isso, tudo bem, eu aceitei. Sou funcionário público do Estado e tive que voltar para atividades. Senti muito, pois no momento foi algo que me abalou, mas não tive o que fazer”, relatou.
Avaliações
A avaliação que Tarcízio Pimenta fez do atual governo Colbert é que ele é tumultuado e um governo de confrontos. Segundo ele, confronto principalmente com a Câmara de Vereadores. Tarcízio ainda elogiou o presidente do Legislativo feirense, o vereador Fernando Torres (PSD), a quem ele chamou de ‘amigo, um cara sério e um homem de bem’. “Tenho certeza que ele sempre quis ajudar, mas infelizmente as pessoas não entendem ou entenderam que poderia ser assim. Ele vem conduzindo muito bem a Câmara de Vereadores na minha opinião. Podem ter aqui e acolá alguma crítica, mas Fernando é um homem de bem”, afirmou.
Tarcízio disse que uma Câmara livre é sempre boa para o desenvolvimento da cidade. E por isso tem que se respeitar. “Hoje, infelizmente, começa a se implantar a violência entre poderes. O que não deveria estar acontecendo, mas quem julga é o povo. Às vezes julga equivocadamente, mas julga. E a gente tem que respeitar o julgamento popular. Eu já fui julgado várias vezes nas urnas, com muitas vitórias e algumas derrotas. Mas se você me perguntar se você é grato ao povo, sou sim. As pessoas entenderam a mensagem que eu dei no momento certo. Se hoje não entendem mais, ou se arrependeram ou estão quem sabe com vontade de retomar alguma coisa, meu tempo passou. Agora é hora de me a minha família, ao meu trabalho”, disse.
Pimenta ressaltou que a política mudou em muitas coisas, pois muitas das lideranças não trabalham mais politicamente com vontade de ver o político que quer se desenvolver, que quer representar seus municípios. “Infelizmente as coisas mudaram muito. Temos que parabenizar os que estão na luta, na berlinda e seguindo a nossa direção”, findou.