Geraldo Júnior sobre Colbert Martins: “Medidas serão tomadas caso o seu entendimento não siga a orientação do partido”
O presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (MDB), esteve na manhã desta terça-feira (17) na Câmara Municipal de Feira de Santana. Geraldo é pré-candidato a vice-governador na chapa encabeçada por Jerônimo Rodrigues (PT) ao Governo da Bahia.
Geraldo Júnior afirmou em entrevista coletiva que fez uma visita de cortesia para uma troca de experiências com os parlamentares. “O presidente da Casa, Fernando Torres, é um amigo de longas datas. Tive a honra de ser seu assessor na época em que o mesmo era deputado estadual. Fui assessor dele, suplente de vereador, quatro vezes vereador da cidade do Salvador, presidente da Câmara Municipal e pré-candidato a vice-governador da Bahia”, informou.
Ele ainda destacou que tem uma relação muito próxima com a Câmara Municipal de Feira de Santana e estava conhecendo a realidade do processo legislativo de Feira de Santana. “A cidade tem um papel fundamental na história da política desta região e da baiana. Feira de Santana tem uma tradição e uma tradução do que reverberou na vida pública de grandes políticos saídos daqui”, disse.
Geraldo Júnior ressaltou que Fernando Torres é um ‘maestro na política’ e que reúne todas as condições para continuar crescendo pela sua seriedade, honradez, força e coragem. “Na política, às vezes, você não precisa apenas só ter à vontade, mas também coragem. E Fernando Torres reúne essas condições. Tenho muita honra em tê-lo como amigo e parceiro na vida pública”, relatou.
MDB Feira de Santana
Questionado se já teria conversado com o prefeito da cidade, Colbert Filho (MDB), Geraldo Júnior disse que respeita demais o prefeito. “A nossa decisão partidária, que é uma decisão nacional da executiva estadual do nosso partido, é um caminho que o MDB da Bahia e o de Feira de Santana terão que seguirem. Mas nós respeitamos as posições, pois vivemos em um Estado Democrático de Direito onde há a participação das pessoas e elas são livres para se manifestarem. Mas a decisão da executiva estadual do nosso partido é caminhar com Jerônimo Rodrigues para a candidatura do Governo do Estado da Bahia”, declarou.
Sobre o fato de o prefeito Colbert Filho seguir com ACM Neto, Geraldo disse que esse assunto será tratado pelo partido internamente. “Nós iremos tratar isso de forma interna no partido. Continuo e reitero, nós temos o maior respeito ao prefeito Colbert Martins. Ele tem uma história junto a legenda, mas poderá sofrer um processo de reavaliação e medidas serão tomadas caso o seu entendimento não siga a orientação do nosso partido a nível nacional e estadual. Essa é uma orientação da executiva nacional de nosso partido e também da executiva estadual. Nós jamais tomaríamos uma atitude como essa sem o respaldo da executiva nacional, do nosso presidente o deputado federal Beleia Rossi”, afirmou.
Pesquisas
Sobre as pesquisas, Geraldo disse que ela começa a refletir o que se vê na capital e no interior do Estado da Bahia. “O que estamos acompanhando é um processo de maturação, de crescimento. Todas as vezes que aponta-se o candidato de Rui Costa e Lula as expectativas e o crescimento das pesquisas, eles se tornam muito mais próximo da realidade. Isso a gente vê na cidade de Salvador, Região Metropolitana, Oeste, Extremo Sul. Porque não há do que se falar numa eleição estadual sem você olhar o cenário nacional. E não há do que se falar numa eleição federal que ela não tenha a verticalização”, disse.
Geraldo explica o que a verticalização. “Ela tem o reflexo diretamente nas eleições estaduais. Lula só tem, na Bahia, um candidato a governador que é Jerônimo e Otto Alencar como senador. Respeitando os outros candidatos, o que os outros ou outro candidato precisam ter é identidade. Na vida pessoal, profissional e política, você precisa ter um RG. Isso é metafórico, é por simetria. Você precisa ter a identificação, um lado. Quem é que você representa no mundo federal? Isso precisa ser deixado claro. Lula sabe que tem um candidato ao governo da Bahia, que é Jerônimo. Sabe também que tem um candidato a senador, que é Otto Alencar. E nós, Jerônimo, Geraldo e Otto, temos um candidato a presidência da República, que é Luiz Inácio Lula da Silva”, declarou.
Reunião com vereadores feirenses
Indagado sobre o encontro que alguns vereadores tiveram com Jerônimo Rodrigues na casa do presidente da Câmara de Feira, Fernando Torres, e dias após a reunião alguns terem encontrado com o também pré-candidato ACM Neto (UB), Geraldo Júnior disse que analisa essa situação como democracia. “Isso é exercício da democracia. É a escuta. Agora, o que as pessoas tem que começar a avaliar é o que passa no coração das pessoas e o resultado final. Acabou aquela época de as coisas serem decididas de forma impositiva, duras, com crueldade, promessas, com chantagens emocionais e pessoais. A política não absorve mais isso. Será que o mundo político não tomou a lição das últimas eleições municipais? Não sei qual foi o percentual de Feira de Santana, mas sei que foi grande. Nós esperávamos em Salvador uma renovação de 8 ou 9 vereadores e tivemos uma renovação de 17 vereadores”.
Ele disse ainda que Feira de Santana foi nessa mesma crescente, assim como Itabuna, Ilhéus, Vitória da Conquista e os pequenos centros urbanos. “A sociedade civil está esperando não são, talvez, novos nomes. Não que novos nomes não possam surgir. Mas o que a sociedade civil está esperando é a mudança de conceito, paradigmas. O fato de nós estarmos aqui uma semana conversando com alguns vereadores e na semana subsequente ou dias muito próximos eles estarem conversando com outro pré-candidato faz parte do exercício político, da democracia. Quem quer construir uma democracia, um novo modelo de política, tem que pensar desta forma. Sem imposição, sem condução do processo. O que nos permite com um pouco mais de experiência é a orientação do processo e não a retaliação dele”.
Feira pode esperar
Geraldo falou que, caso ganhe as eleições, Feira de Santana terá um cuidado especial. “Vamos olhar Feira de Santana como se fosse a figura de um drone. A cidade tem uma importância política para o crescimento da Bahia, importância diferenciada. Falei isso para o governador Rui Costa. Feira, no cenário político, tem que ser observada com o olhar mais cuidadoso”.
Mesmo tendo um prefeito de oposição ao Governo do Estado, Geraldo acredita que o governador cuida das pessoas e é esse olhar que é um diferenciado. “Não podemos deixar que o processo político fique acima das pessoas. O processo político não pode interromper na vida das pessoas. Observe que o Programa de Governo Participativo (PGP) foi iniciado aqui em Feira de Santana. E o que é o PGP? É ouvir as pessoas. Porque é muito fácil você ir no palanque ficar falando das suas ideias, do que você pensa, sem ouvir as pessoas, a participação das pessoas. O PGP nada mais é do que o exercício da democracia que é: as pessoas dizerem aquilo que elas querem para sua cidade e seu estado. O programa de governo daqui da Bahia será associado ao governo federal”, finalizou.