“Não está longe de chegar a uma crise de mobilidade com a falta de motoristas por aplicativo”, afirma Átila do Congo
O cenário não é animador até o final de 2022 para os motoristas por aplicativo de Salvador. O presidente do Sindicato dos Motoristas de Aplicativos, Condutores de Cooperativas e Trabalhadores Terceirizados em Geral do Estado da Bahia (Simactter) e vereador, Átila do Congo (Patriota) avalia que o último reajuste da gasolina e diesel nesta semana desponta para uma evasão de trabalhadores autônomos.
A previsão é de uma perda superior a 30% de motoristas até o final de 2022, o que pode gerar uma crise de mobilidade na cidade. “O preço a R$ 8 está inadmissível, muito trabalhadores não têm carro e arcam com despesas de aluguel, esse repasse no combustível não é feito na taxa das empresas por aplicativo ao consumidor final, é um despreparo que vai prejudicar plataformas e economia, além dos passageiros que terão de se adaptar a conviver com poucos carros e altas tarifas nas corridas”, explica Átila.
No último ano, além dos aumentos sucessivos no combustível e a crise sanitária da Covid-19, o Simactter contabilizou uma redução em 35% dos colaboradores circulando pela cidade.
O parlamentar afirma que, além da crise nacional, pretende ir à fundo na Câmara Municipal para mobilizar investigações à respeito da gasolina vendida pela refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves, na Bahia, após a privatização por parte da Petrobras. Atualmente, já está custando 27,4% a mais do que a vendida pela estatal, segundo estimativas do Observatório Social da Petrobras (OSP), organização ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
A diferença em relação ao valor do diesel S-10 é ainda maior, 28,2%. “Eles não podem inflacionar dessa forma, muitas categorias dependem desse bem e, hoje, o panorama coloca a gasolina na Bahia mais cara do que a do Rio de Janeiro, que é hoje o Estado com os maiores preços e o maior ICMS do País”, lamenta o vereador. (Ascom)