“Não me imagino candidato a mais nada”, diz Targino Machado
Questionado pelo site Política In Rosa sobre qual é pré-candidato a governador da Bahia que terá o seu apoio nestas eleições, o ex-deputado Targino Machado foi enfático. “Minha vida é cristalina. Vou apoiar Lula, Jerônimo Rodrigues e Otto Alencar”, afirmou.
Targino ainda falou sobre as pesquisas e opinou que elas retratam o momento, o dia. “E a maioria das pesquisas que estou vendo em Feira são encomendadas pelo candidato de oposição. Ele bota no armário os nomes de Lula e de Rui. Toda vez que diz que Jerônimo é o candidato de Lula e do governador Rui Costa empata”, disse.
Sobre a eleição para o Senado, Targino falou que essa “é a mãe mais mansa e tranquila”, dizendo que sabe que Otto Alencar vai com certeza se reeleger senador. “Otto já pode comparar a beca”, declarou.
Influência de Lula
Indagado se acredita que o ex-presidente Lula irá influenciar muito na candidatura de Jerônimo Rodrigues, Targino Machado informou que a Bahia é o berço do ‘lulismo’.
“Paulo Souto dizia que ia ganhar no primeiro turno e perdeu no primeiro turno. A história vai se repetir porque o povo está com saudade de Lula, do tempo próspero que viveu com Lula. Notadamente as classes C, D e E, que tiveram a oportunidade de comparar moto, de comparar o tanquinho, a máquina de lavar, o fogão, a geladeira, ou seja, de mudar de vida. Eles tinham a perspectiva de ter uma casa ou puder comparar uma casa, de compararem um carro financiado em oitenta meses. O povo está com saudade disso. Não é à toa que o povo vai votar em Lula”, declarou.
Avaliação governo Colbert
Targino avaliou ainda a gestão do prefeito de Feira de Santana. Ele disse que Colbert não tem perfil para ser professor, nem para ser advogado. “Por uma razão semelhante. Eu, como advogado, não pegaria todas as causas. E também não tenho perfil para ser juiz porque eu seria passional para julgar e o juiz precisa ter isenção. Também não daria certo como professor porque eu não acertaria dar nota baixa, pois ia me doer no coração sempre que eu tivesse que dá uma nota baixa”.
Explicando a sua explanação, Targino disse que não quer avaliar uma administração que não existe. “É um desastre a administração de Colbert. Mas é essa administração que o povo de Feira de Santana merece porque escolheu e votou. Agora é engolir o seu sapo e esperar daqui a dois anos para dar outro rumo a Feira de Santana. Embora ele já diga que não é candidato a mais nada”, afirmou.
Relação Executivo e Legislativo
Já sobre a relação do Executivo e o Legislativo feirense, Targino falou que é otimista por formação. “Se você me apresentar um copo grande com um dedo de água embaixo e me perguntar se esse copo está meio cheio ou meio vazio, vou dizer que está meio cheio. Porque prefiro enxergar com otimismo. Infelizmente a maioria da mídia em Feira interpreta as brigas de Fernando Torres, presidente da Casa, do ponto de vista negativo. Não interpreta e não julga do ponto de vista positivo”, disse.
Ele ainda disse que está com 69 anos e é a primeira vez que vê em Feira de Santana uma Câmara isenta. “Eu vi aqui é uma legião de lagartixas dispostas a só balançar a cabeça para o que Zé Ronaldo e os outros prefeitos enviavam para lá. E o legislativo não é para isso. É para ser um poder autônomo, independente e harmônico com o Executivo e o Judiciário. Fernando tem defeitos? Sim. Assim como eu e os outros também”.
Para Targino, é preciso embutir na cabeça de Fernando um pouco mais de tranquilidade e ele mesmo já disse ao presidente que ele é um magistrado e que precisa estar norteado pelos princípios da isenção, equilíbrio e tranquilidade. “Apesar de estar certo muitas das vezes, ele perde o equilíbrio e quem perde o equilíbrio, perde a razão. Mas lhe pergunto: se não fosse Fernando, essa Câmara estaria independe como está? Defendendo os interesses de fato do povo de Feira de Santana? Eu prefiro ver Fernando como o primeiro presidente que me mostrou que a Câmara de Feira de Santana tem dinheiro demais porque devolveu R$ 2 milhões. E antes, fazia o que com esse dinheiro? Ia para o bolso? O gato comia? Então pronto, parabéns para Fernando”, declarou.
Política
Interpelado se pretende retornar a política novamente, Targino Machado falou que dá política não sai nunca porque é um ser político. “Sei que sofri perseguição. E ninguém me viu ir para muro de lamentação. Lamentar, me queixar, não tenho nada disso. Eu tenho a certeza que cada um paga a sua conta um dia. ACM Neto vai pagar a conta dele. Maurício Barbosa, com quem ele se associou para tirar meu mandato, já começou a pagar a conta dele. Não pode estar no meio público porque as pessoas vão chamar de bandido e ladrão como eu tive a coragem de chamar. Eu vou continuar na política, só que não me imagino candidato a mais nada, mas vou apoiar os amigos”, informou.
Ele finalizou lembrando que no século XVIII, houve um bispo de Barcelona que, chateado com as ideias do espiritismo mandou juntar, confiscar todos os livros de Allan Kardec e fez grandes fogueiras nas praças públicas de Barcelona. “Todo mundo já esqueceu como era o nome desse bispo. Os livros foram queimados, mas ninguém esqueceu o nome de Alan Kardec porque não adianta queimar os livros. Não se queima as ideias. E as minhas ideias estão aí e eu vou continuar desfilando elas”, finalizou.