Professor cria aplicativo para ajudar produtores rurais sobre cultivo de cacto comestível
O cultivo de forrageiras, plantas que servem de alimento para animais, é muito comum no semiárido baiano. A palma forrageira, um tipo de cacto comestível, é utilizada para alimentar rebanhos da região que sofre com a seca. A espécie é objeto de estudo de um grupo do IFBaiano, mas existe uma barreira entre as pesquisas acadêmicas e os produtores rurais. Para quebrar esse bloqueio, os pesquisadores, entre os quais está Bruno Guimarães, professor do campus Guanambi, com apoio da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), criaram uma plataforma digital para facilitar o acesso às informações sobre as técnicas de cultivo da planta.
Durante o doutorado, Bruno Guimarães publicou mais de 10 estudos científicos relacionados à sua tese sobre dois importantes segmentos da pesquisa com a palma forrageira: tamanho de parcelas experimentais e modelos biomatemáticos para predição da produtividade. Nesses estudos, o professor constatou que os agricultores não tinham fácil acesso às pesquisas geradas pela instituição. Então, surgiu a ideia de criar um ambiente digital para facilitar a circulação desse conhecimento. “A linguagem científica, a limitação de idioma, normalmente em inglês, ou mesmo o acesso às informações sobre a palma forrageira são de difícil localização, o que se configura como obstáculo entre o meio científico e o produtor rural que necessita das orientações técnicas de forma direta e acessível”, explica.
Na plataforma, o público interessado tem acesso a videoaulas, informações sobre os segmentos produtivos da palma forrageira, resumos, dissertações, teses, artigos científicos, notícias, dentre outros dados. “A plataforma digital tem como principal característica a compilação das diversas fontes e formatos das informações técnicas sobre a palma forrageira em um só lugar de maneira prática, rápida e acessível”, diz.
A rede digital pode ser acessada através do site www.palmaforrageira.com.br ou do aplicativo Palma Forrageira, disponível, de forma gratuita, para todos os smartphones com sistemas Android outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e e iOS. No ano de 2020, o programa “PalmaForrageira” foi registrado pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Para Bruno, idealizador do projeto, a certificação pela entidade pública é gratificante. “É para nós o coroamento do êxito de todo o esforço empreendido pelos profissionais do IFBaiano e instituições parceiras, não somente durante o estágio de pós-doutoramento, mas sim de todo o reconhecimento de mais de uma década de estudos, pesquisas e atividades de extensão com a palma forrageira”, destaca.
O software, que conta com a colaboração de diversos profissionais, tem sido aceito entre os produtores rurais e outros usuários. “Apesar dos produtores rurais serem os grandes protagonistas de acesso às plataformas digitais, esse sistema tem sido utilizado por diversos tipos de usuários, como acadêmicos, profissionais, extensionistas e professores. O acesso às nossas plataformas não se restringe apenas aos usuários no Brasil, como também de outros países”, afirma.
Bahia Faz Ciência
A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br. (Secom/SECTI)