PSOL ainda não definiu se terá candidatura ou apoiará outro candidato, diz Jhonatas Monteiro
O vereador Jhonatas Monteiro (PSOL) afirmou, em entrevista ao site Política In Rosa, que ainda não foi definido no debate interno nem do PSOL e nem da federação que a sigla tem com o Partido Rede Sustentabilidade no município se irão ter candidato a prefeito ou se irão apoiar outro candidato. “Até dia 06 de abril tivemos a entrada de novas pessoas para a disputa eleitoral. Nós estávamos em campanha de filiação e não queríamos fechar o debate eleitoral sem a escuta de quem entra”, explicou.
O partido acredita que essa espera para a definição é uma forma de consideração com quem vem chegando agora para construir com a sigla. “Ainda tem o fato de que se tem uma complexidade no cenário eleitoral aqui do município. Existe um anseio de uma parte das pessoas para que houvesse uma candidatura própria do PSOL e que fosse a partir do meu nome. Isso não sou eu que estou dizendo, aparece até nas próprias pesquisas que as outras forças políticas tem encomendado. É sentido, inclusive, nas ruas. Até porque as pessoas não se identificam com as outras candidaturas. E é compreensível”, disse.
E continuou: “Ao mesmo tempo, existe uma preocupação, principalmente de quem é organizado em associação comunitária, sindicato, algum tipo de coletivo de luta ou movimento social, em torno da falta de presença do PSOL na próxima legislatura se eu não estiver na chapa. Também existe um debate para a minha reeleição. A questão maior é que nós ainda não definimos posição sobre isso”.
A definição final só virá ao longo do mês de abril, junto com esse processo de entrada de novos filiados, porque a legenda quer fazer isso com a calma devida, aguardando fazer todo o diálogo com as outras forças políticas. “E ainda tem o fato de que temos, há 24 anos, o mesmo grupo político na Prefeitura. Isso traz também toda uma responsabilidade para pensar no que nós desejamos fazer diante disso, frente a possibilidade de o ex-prefeito José Ronaldo voltar a Prefeitura”, explica.
Jonathas explica que quando disse voltar, estava se referindo a Ronaldo como prefeito, já que o grupo que ele comanda nunca saiu. “Ele [o ex-prefeito] continua controlando a Prefeitura mesmo com o prefeito atual sendo Colbert Martins Filho. De qualquer forma, isso traz uma preocupação ainda maior e a temos uma sensibilidade em relação a isso. Por isso ainda não fechamos um posicionamento, pois todas as coisas precisam encaixar dentro de uma estratégia que o PSOL tem de disputa do rumo do município”, afirmou.
Monteiro ainda afirmou que costuma dizer que não basta tirar o que não presta, é preciso saber o que de melhor se colocar no lugar. “E é isso que também não conseguimos amadurecer ainda e faremos isso até o final de abril”.
Jhonatas Monteiro destacou que candidatura para ele é tarefa e tem relação com cumprir um determinado projeto coletivo. “Meu nome sempre esteve a disposição daquilo que coletivamente nós definimos em torno do que é importante para o povo de Feira, interesse público e para ampliar a conquista de direitos. Dessa maneira, meu nome está à disposição e eu coloquei muito abertamente isso no PSOL”.
O vereador salientou que não tenho apego a cargo. “Basicamente, sou professor e é o que eu gosto. Não teria nenhum problema voltar a sala de aula, se fosse necessário. Assim como também não tenho nenhuma questão de apego pessoal a continuidade no cargo eletivo. Para ocupar um cargo, é preciso cumprir o papel em torno do que nós consideramos importante como projeto. É isso que está em discussão ainda”, informou.
Questionado se tem a possibilidade de o PSOL/Rede apoiar a pré-candidatura do deputado Zé Neto, Jhonatas Monteiro afirmou que existe uma discussão de aliança assim como existe uma discussão de candidatura própria. “Nós não fechamos questão. Isso não é um doce como as pessoas costumam dizer. Se tivéssemos fechado posição em relação a isso, teríamos participado do ato de lançamento de pré-candidatura do deputado Zé Neto. Não foi falta de convite. Nós não definimos posição em relação a isso. Já fizemos um nível de conversação preliminar não só com o PT, mas também com outras forças”, diz.
E, dentro dessas forças, eles estão dialogando. O que, segundo Jhonatas, não existe é a possibilidade de diálogo com o ex-prefeito José Ronaldo. “Ele é o adversário a ser combatido. Não por ele [José Ronaldo], pois não tenho nenhuma questão pessoal e nem mesmo tenho contato frequente. Nos encontramos de modo muito pontual. Tenho problema com que ele representa em termos de projeto político e como tem sido a gestão do grupo dele ao longo desses mais de 20 anos. Acredito que isso precisa ser superado. Precisamos virar essa página em Feira até para que os erros, e é comum que qualquer gestão erre, mas que sejam erros novos e que a gente não fique girando em círculos como hoje vemos na administração do município”, declarou.