Quilombo Quingoma é reconhecido como Território Iorubá por rei da Nigéria
Este domingo (19) entrou para a história do Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas. A partir deste dia, o lugar passa a ser reconhecido como o primeiro Território Iorubá do Brasil. O título, que fortalece a manutenção da história e da cultura do local, foi conferido pelo rei da Nigéria, Onni Ilê Ifé, durante cerimônia que contou com a presença dos moradores, políticos e representantes das religiões de matriz africana.
As palavras do rei Onni Ilê Ifé encheram o coração de homens e mulheres de amor, fé e esperança. Percorrendo o vasto terreno, ele plantou na entrada do Quilombo uma árvore para lembrar as futuras gerações deste dia. “Vocês são parte do meu sangue e eu tenho em meu coração felicidade em estar com vocês. Esse momento é um milagre dos nossos ancestrais, aqui neste lugar onde nosso povo se escondeu e resistiu até o dia de hoje”, declarou.
Acompanhada de vereadores, secretários municipais e da secretária estadual da Igualdade Racial, Ângela Guimarães, a prefeita Moema Gramacho reafirmou o compromisso em continuar lutando por mais conquistas para a população remanescente quilombola. “Hoje nós festejamos esta vitória e continuaremos buscando por mais justiça e desenvolvimento social para a população negra”, frisou a prefeita ao lado de Ângela, que definiu a visita do rei como um marco para a Bahia. “Esse é um estado de histórica resistência negra e temos infinitas semelhanças com a África. Recebemos esse título que reconhece este Quilombo com regozijo”, falou.
Ao som da orquestra Tambora Ayo Salvador, da mestra Mônica Millet e orquestra Nzinga de capoeira Angola, a secretária de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial de Lauro de Freitas (SEPADHIR), Deize Marize, frisou a importância do Quilombo para a nossa cultura.” São territórios como este que expressam a luta coletiva da população negra ao longo da história e que resistem mesmo diante dos ataques do racismo estrutural. O povo quilombola tem ligação com sua ancestralidade, acreditam na vida que resiste neste local e respeitam a natureza da qual vivem, se sustentam e alimentam suas famílias a partir do que a terra lhes oferece”, destaca. (Giovanna Reyner/PMLF)