Secretário de Saúde de Feira de Santana depõe na PF foto Anderson Dias site Política In Rosa

Secretário de Saúde, Marcelo Britto – Foto: Anderson Dias/Site Política In Rosa

O secretário de Saúde de Feira de Santana, Marcelo Britto, esteve na manhã desta quarta-feira (24) na sede da Polícia Federal (PF) para prestar depoimento sobre uma acusação de que ele teria recebido R$ 400 mil num suposto esquema de superfaturamento em serviços prestados por sua empresa à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro da Queimadinha. A empresa do secretário prestou serviços de consultoria a unidade de saúde por dois meses. O secretário compareceu com o advogado Guga Leal e passou mais de duas horas prestando depoimento.

Ao sair do depoimento e em coletiva de imprensa, Marcelo Brito informou que fez o depoimento educadamente, de forma muito tranquila e nenhuma pergunta ficou sem resposta. “Foi feita de forma educada, tranquila, sem agressão, sem xingamento. Parabéns ao delegado da Polícia Federal, pois conduziu de forma muito boa as perguntas”, disse.

Questionado o que foi perguntado, Marcelo Britto pediu que aguardasse o próprio depoimento. “Foram perguntados assuntos específicos sobre a denúncia”, relatou. Ele afirmou que não recebeu os R$ 400 mil em dois meses na assessoria da UPA da Queimadinha. “Recebi aproximadamente duzentos e poucos mil reais referente a serviço de consultoria e atendimento”, afirmou.

Perguntado se acreditava que a Polícia Federal tem alguma prova contra ele, o secretário afirmou que só a Polícia Federal vai responder se tem prova contra ele. “Se tiver, vou ser sancionado conforme a lei. Se não tiver, arquiva-se o inquérito e encerra o processo”, relatou.

Sobre os custos da sua assessoria, Marcelo ressaltou que o valor é cobrado dependendo do serviço que é prestado. “Tem serviços que, talvez, R$ 1 mil seja muito caro. E tem outros serviços de R$ 1 milhão que sai barato. Aí vai depender da avaliação e do resultado que possa ser trazido de cada um dos serviços prestados”, ressaltou.

A consultoria prestada para a UPA da Queimadinha é na área de saúde. “Serviços esses que eu já presto há, talvez 20 anos, em grandes hospitais como o Hospital Português em Salvador, Recife e Interior de Minas Gerais. É um serviço muito interessante. E os valores são até superiores”, relatou.

Sobre intimação

O secretário Marcelo Britto disse que não viu nada de mais, pois é uma obrigação de um secretário e de qualquer cidadão no momento que é chamado a depor ou através do órgão de fiscalização você comparecer e fazer o depoimento necessário.

Perguntado se continuaria como secretário, Marcelo Britto afirmou que, enquanto o Diário Oficial não publicar a sua exoneração, continuará secretário. “No dia que publicar a minha exoneração a pedido ou por determinação do prefeito, deixo de ser secretário e continuo médico”.

Marcelo Britto acredita que é uma missão apesar de ser um médico renomado aceitar ser secretário. “No momento que fui convidado para assumir a Secretaria de Saúde sabia que você termina se envolvendo indevidamente em questões políticas. Não sou político, não sou candidato a nada. Sou candidato a fazer uma boa gestão na Secretaria de Saúde. E é esse papel que estamos fazendo. Eu sabia que poderia enfrentar muitos percalços, mas tudo na vida é uma missão. Percebi que podia ajudar em alguma coisa sendo secretário de Saúde, mesmo com todas as dificuldades e a área política tentando interferir. Ainda assim assumi a Secretaria. Diria que quase nunca me arrependo de nada”, declarou.

Possível perseguição

Questionado sobre se acredita que está sendo perseguido, Marcelo Britto afirmou que não há perseguição, mas sim são interferências políticas. “Porque a gente faz uma série de mudanças dentro da Secretaria e que desagradam uma parte das pessoas. Quem poderia estar levando algum tipo de vantagem, deixa de levar. E, lamentavelmente, as pessoas tentam levar vantagem em tudo. E isso não seria o ideal. O ideal é que todo mundo fizesse o seu papel”, falou.

Sobre a possibilidade de ser convocado a depor na CPI da Saúde, instaurada na Câmara Municipal de Feira de Santana, Marcelo Britto disse que está à disposição dos vereadores.

“No dia em que eles desejarem. Já fui chamado duas vezes e já mandei ofício duas vezes marcando a data, e um dia antes cancelaram. Estou à disposição de qualquer um dos vereadores e da imprensa. Se me fizerem perguntas, irão receber as respostas verdadeiras, honestas e claras, do jeito que eu faço quando dou entrevistas”, finalizou.