:: ‘Comdecni’
Conselho cobra defensor público específico para casos de discriminação racial
A comarca de Feira de Santana necessita de um defensor público específico para atender as crescentes demandas de questões relacionadas à discriminação racial, violência contra mulher, LGBT e intolerância religiosa. A cobrança foi feita pela presidente do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento de Comunidades Negras e Indígenas (Comdecni), Lurdes Santana, ao subcoordenador da Defensoria Pública na cidade, Marcelo Santana, na tarde desta terça-feira, 16, durante palestra na Casa da Paz, na avenida Getúlio Vargas.
Lurdes Santana observou que o número de ocorrências frequentes demonstra a necessidade destes três segmentos que mais sofrem discriminação terem atenção especial da Defensoria Pública. “Necessitamos com urgência de um defensor público para tratar exclusivamente destas questões raciais, de intolerância religiosa e de violência contra as mulheres, inclusive idosas”, alertou.
Para fortalecer a luta visando a designação de um defensor público específico para atender estas causas, Lurdes Santana defende que as entidades se unam neste pleito. E apresentou ao defensor Marcelo Santana a proposta, reforçada pelos relatos de algumas pessoas que estiveram presentes à Casa da Paz, durante a palestra do defensor sobre o ciclo de sensibilização no combate às violências, tendo como foco as perspectivas raciais.
Conselho articula ações para Novembro Negro
O Conselho Municipal de Desenvolvimento da Igualdade Racial (Comdecni) já está articulado as ações para marcar o Novembro Negro em Feira de Santana. Nesta quarta-feira, 10, deu início às discussões para a promoção do projeto de capoeira Vem Negociando a Ginga, coordenado por Antônio Alves, o Mestre Gago. O evento é um encontro anual de capoeiristas, envolvendo a promoção de oficinas de capoeira. Marca o Dia da Capoeira e provoca reflexões sobre a forma de trabalho dentro da Capoeira para resgatar os jovens.
A presidente do Comdecni, Lurdes Santana, ressalta a importância do evento para o fortalecimento de ações afirmativas de inclusão e valorização racial. E observa que a entidade está envolvida no contexto de ações articuladas pelo Conselho visando o enfrentamento à discriminação racial. Já a assistente social Vanessa Rosa dos Santos, representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Sedeso) e coordenadora dos Conselhos Tutelares de Feira de Santana, enfatiza sobre a função que a capoeira também exerce na predominante ressocialização de crianças e jovens. “Com a inclusão dos meninos, a capoeira mostra que eles fazem parte da sociedade, rompendo com a marginalização e exclusão do contexto social”, avaliou. Durante a reunião também esteve presente Antônio Alves de Almeida Júnior, o Mestre Cabeça.