:: ‘Grupo Recorte de Teatro’
1ª Mostra Recorte de Teatro traz o espetáculo “Nem Amélias Nem Quitérias”
O Grupo Recorte de Teatro comemora seus 10 anos de trajetória com a 1ª Mostra Recorte de Teatro, trazendo os seus três espetáculos que possuem temáticas importantes. A programação começa em agosto com a peça “Nem Amélias Nem Quitérias”, uma obra que dialoga com a campanha Agosto Lilás, destacando as diversas formas de violência contra a mulher. Em setembro, o grupo apresenta “Lucas de Feira: o sujeito antes do Mito”, em memória dos 175 anos da morte de Lucas da Feira, o escravizado que ganhou notoriedade nacional e se tornou uma figura lendária. Para fechar a mostra, em outubro, o grupo encena uma nova versão de “Encarceradas”, espetáculo que está há 10 anos em cartaz e que marcou sua trajetória, sendo citado em livros didáticos que entrarão em circulação em 2025 e inspirando uma tese de doutorado da Dra. Urânia Santa Rosa, pela Universidade do Estado da Bahia. A peça foi também indicada ao Prêmio Braskem de Teatro.
A Mostra Recorte de Teatro tem início em agosto com a peça “Nem Amélias Nem Quitérias”, que marca o começo das comemorações dos 10 anos do grupo. O espetáculo, de tom cômico e reflexivo, explora questões de empoderamento feminino e machismo, e é uma denúncia sobre as violências sofridas pelas mulheres na sociedade contemporânea. A trama se desenrola em um salão de beleza, onde a protagonista Lane compartilha com suas amigas as características das “Amélias” e “Quitérias”, mulheres que representam o estereótipo da dona de casa submissa e oprimida, enquanto busca uma revolução por igualdade de direitos e autonomia. :: LEIA MAIS »
Projeto Feira Tem Teatro traz o espetáculo “Lucas da Feira: O Sujeito Antes do Mito”
O Grupo Recorte de Teatro traz de volta aos palcos a peça teatral aclamada pelo público em uma nova temporada nos dias 17 e 18 de maio, às 20h, no Teatro do Cuca, dentro do projeto Feira Tem Teatro. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla, ou na bilheteria do teatro nos dias da apresentação.
No dia 13 de maio de 2024 completou 136 anos da assinatura da Lei Áurea que possibilitou juridicamente a liberdade do povo escravizado no Brasil. Mas será que foi realmente uma princesa e a assinatura de uma Lei que verdadeiramente fez isso? Figuras de história e personalidades únicas provam o contrário. Os próprios escravizados ao longo de séculos de luta e resistência, são creditados como seus próprios heróis.
Em Feira de Santana e região não foi diferente, Lucas Evangelista, mais conhecido como Lucas da Feira, que completa 175 anos de morto em 2024, foi condenado ao enforcamento onde hoje seria a praça do fórum. Ele foi um sujeito que lutou contra o sistema e buscou uma liberdade desde jovem, na fazenda saco do limão próximo de onde hoje fica o bairro pedra do descanso.
O espetáculo desde a sua estreia, em 2019, é uma obra de sucesso tanto do público como crítica, por contar a história de Lucas Evangelista, um negro escravizado que fugiu, indo contra o sistema no qual vivia, passando mais de 20 anos entre as matas e estradas que ligavam Feira de Santana a outras cidades do interior da Bahia, se tornando um símbolo de resistência.
Infelizmente, pouco se sabe sobre a sua trajetória antes de se tornar uma lenda viva, e foi pensando nisso que o autor e diretor do espetáculo, Fernando Souza, que também é historiador, decidiu escrever sobre o Lucas da Feira. “Ouvia falar que Feira era terra de Lucas quando criança e não entendia o porquê. Na universidade tive contato com a história de Lucas, e a vontade de contar essa história nos palcos sempre me inquietou. Conseguimos uma peça forte, divertida, reflexiva, repleta de acontecimentos verídicos e ao mesmo tempo uma aventura pelo sertão baiano”, disse.
O espetáculo tem um processo de construção e pesquisa do século XIX bem fundamentado e bastante dinâmico com 15 atores em cena, que se dividem em mais de 33 personagens, para falar sobre a figura histórica e as mazelas deixadas pelo sistema escravista. E além de contar com trilha sonora original, de Deco Simões, traz discussões como racismo estrutural, patriarcado, machismo, e abusos a que os pretos eram submetidos, principalmente, sexuais em relação às mulheres escravizadas. O espetáculo mescla bem o texto e atuações que trazem a comédia, drama, reflexão e denúncia social, típicos do autor de também o grupo recorte de teatro. :: LEIA MAIS »