:: ‘prefeitura expõe impossibilidade legal de promover reajuste’
Em diálogo com sindicatos, prefeitura expõe impossibilidade legal de promover reajuste
Em mais uma mesa de diálogo pautada no respeito mútuo sobre a data base dos servidores, o prefeito de Barreiras, Zito Barbosa, acompanhado dos secretários de governo e representantes do departamento jurídico, recebeu os dirigentes do Sinprofe, Sind-Acs e Sindsemb no fim da tarde da terça-feira, 11, em duas reuniões distintas no gabinete da prefeitura. Os números apresentados pelo executivo apontam para uma insustentabilidade da folha de pagamento, em que mais de 51% da receita municipal já está comprometida com pagamento de pessoal.
De janeiro a março, a prefeitura arrecadou 867 mil reais a menos do que neste mesmo período de 2016 o que inviabilizou a possibilidade legal de reajuste salarial neste momento. “Um reajuste hoje acarretaria no desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal e futura rejeição das contas do governo. Na última gestão, concedia-se o aumento sem repassar os impostos federais e ainda era declarada uma quantidade inferior de funcionários ativos. Nosso objetivo principal é trabalhar dentro da lei, fortalecer a arrecadação municipal e assim conceder a correção salarial dos servidores”, esclareceu o prefeito Zito Barbosa.
Segundo o secretário municipal da fazenda Marcelo Abreu, a palavra-chave neste momento é compreensão. A Prefeitura não só está executando a reforma administrativa que reduzirá os custos como licitará uma empresa para promover a auditoria interna. “Barreiras está entre os municípios mais endividados da Bahia, as secretarias de administração, finanças e a controladoria estão intensificando os esforços para resolver todas as pendências que oneram a folha. As contas municipais estão abertas ao público e com a auditoria visualizaremos todas as incorreções”, destacou Marcelo.
Durante a reunião, a Prefeitura se comprometeu a participar da próxima assembleia das categorias. Todos os dados serão mostrados e esclarecidos pela administração municipal assim como possíveis dúvidas serão esclarecidas junto à comunidade de servidores. “O que precisa ficar claro é que o executivo tem todo o interesse em conceder o reajuste, no entanto não é possível ultrapassar a margem dos 54% dos gastos com pagamento de folha salarial sem incorrer no risco de um processo por improbidade administrativa”, disse a controladora do município Versiane Rocha.
Desafios – Em 2017, a Prefeitura gastou cerca de 18 milhões de reais na regularização salarial referente ao ano de 2016. Além disso, foram constatados cerca de 3 milhões em dívidas com empréstimos consignados descontados dos servidores e não repassados às agencias bancarias. Com o INSS, a dívida acumulada atingiu a casa dos 100 milhões de reais.
Diante desse cenário, o executivo optou pela reforma administrativa, recadastramento dos servidores, redução de 800 contratos e devolução de valores recebidos por obras não concluídas para aquisição das certidões negativas. “Ressalto o nível de entendimento que conseguimos construir aqui, nosso desafio vai além da manutenção dos serviços, a receita está caindo e a cidade precisa de investimento em todas as áreas para alavancar seu crescimento. Esse é um momento de crise em todo o pais, nós temos a nossas limitações, mas não há dúvidas de que se situação melhorar o aumento será concedido”, comentou o prefeito Zito Barbosa.