:: ‘SAMU de Feira de Santana’
MPT e Comitê de Enfermagem apontam ilegalidades no SAMU de Feira de Santana
Os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Feira de Santana estão submetidos a condições inseguras. A constatação foi feita pela equipe multidisciplinar que investiga o meio ambiente de trabalho no serviço, que está sendo conduzida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e conta ainda com a participação do Comitê de Enfermagem para Enfrentamento da Covid-19. A irregularidades encontradas serão apresentadas ao município para que sejam adotadas as medidas para corrigi-las imediatamente.
A inspeção foi realizada na central de operações do Samu na semana passada, após a realização de uma audiência prévia com os gestores da unidade. Foram constatadas situações de compartilhamento de equipamentos de trabalho, fiações expostas, área de repouso inadequada, depósito de resíduo de lixo infectado irregular, dentre outras. O município será convocado para corrigir os itens listados no relatório de inspeção. Segundo a procuradora Annelise Leal, que conduz o inquérito no MPT, “o relatório da inspeção, que cruza os dados coletados in loco com as documentações apresentadas está sendo concluído para que tenhamos a real dimensão dos itens que precisam ser corrigidos para a garantia de um ambiente de trabalho seguro”.
Foram encontradas condições ruins de alojamento e conforto dos profissionais, com espaços pequenos e falta de ventilação, que favorecem aglomerações. Há relatos de colocação de colchões no chão para dormir. A Central de Material e Esterilização (CME) estava servindo como depósito de equipamentos. A ação encontrou, ainda, EPIs sem certificado de aprovação por órgão regulador nacional e em número insuficiente. A falta de EPIs, no entanto, foi amenizada com a doação de máscaras N-95 feita pelo Conselho Regional de Enfermagem. :: LEIA MAIS »
Sindicato cobra no MPF apuração sobre descaso com o Samu de Feira de Santana
A Procuradoria da República em Feira de Santana apura grave denúncia do Sindimed sobre o estado precário das viaturas do Samu no município de Feira de Santana. O presidente do Sindimed, Francisco Magalhães, reafirmou nesta terça-feira (18) em audiência no Ministério Público Federal que o tempo vida útil da maioria dos veículos está expirado e há carência de ambulâncias.
Após provocação do sindicato, o MPF abriu inquérito que dará subsídio para instaurar ou não uma ação civil pública contra o Governo Federal. Segundo a denúncia, o Samu do município possui em condições de funcionamento apenas uma viatura do tipo USA (Unidade de Suporte Avançado) e uma motolância. Por sua vez, normalmente circulam dois veículos do tipo USB (Unidade de Suporte Básico), pois raramente as três unidades básicas existentes estão aptas a funcionar simultaneamente.
Francisco Magalhães assinalou que segundo o protocolo de funcionamento do serviço, são necessárias oito ambulâncias básicas (USBs) e uma avançada (USAs), estas conhecidas como UTIs móveis. Ele informou ao procurador da República Marcos André Carneiro Silva que as equipes de socorro trabalham inconformadas com a precariedade das ambulâncias. Protestos e até mesmo paralisações não são raros entre as equipes do Samu reivindicando melhores condições de trabalho.
Estrutura subdimensionada
O Sindmed diz ainda que além de ser pequeno o número de ambulâncias do Samu em Feira de Santana, é preocupante o seu precário estado de funcionamento. “Isto em nada condiz com a demanda da segunda maior cidade da Bahia, com mais de 600 mil habitantes. No início do programa, a substituição das unidades ocorria a cada três ou quatro anos. Nas condições em que os veículos circulam, aumentam os riscos de acidentes e se reduz a eficácia dos atendimentos de urgência e emergência. As ambulâncias são guardadas na avenida João Durval Carneiro, bem perto da Secretaria de Saúde de Feira de Santana”, informam.
SAMU de Feira de Santana trabalha com apenas uma ambulância, denuncia vereador
O vereador José Menezes Santa Rosa – Zé Filé (PROS) em seu discurso na manhã desta terça-feira (14), na Câmara Municipal de Feira de Santana, falou sobre um acidente ocorrido em uma rua do Conjunto Feira X, onde fez uma ligação para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), foi atendido por um médico chamado Afonso, que o informou que a SAMU estava operando com apenas uma ambulância. “O que está acontecendo com nossa cidade? É inacreditável um órgão como o SAMU estar operando com uma ambulância em uma cidade de 700 mil habitantes”, criticou.
Zé Filé não escondeu a tristeza e a dor de ver o SAMU passar por uma situação como essa, pois segundo ele, qualquer um pode precisar do serviço e não conseguir. “Como foi com um amigo, qualquer um de nós pode precisar e não ter”, completou.
Ainda de acordo com o edil, o médico desabafou que não existe condições de trabalho e pediu a ele que lutasse pelos funcionários do órgão e pelo povo. “Ele me disse ao telefone que falta tudo no SAMU. É lamentável se chegar a uma situação como esta”, pontuou.