Todos os dias, 12 pessoas são internadas pelo SUS para tratar câncer de mama na Bahia
Outubro chegou e, com ele, a cor rosa começou a aparecer em diversas campanhas e monumentos para alertar a população sobre a necessidade dos cuidados preventivos do câncer de mama. A doença mata, em média, 447 pessoas todos os meses no país, sendo a primeira causa de óbitos por neoplasias malignas em mulheres.
No mundo, uma em cada oito mulheres desenvolvem câncer de mama ao longo da vida e, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados para 2020 mais de 66 mil novos casos da doença. Em razão do diagnóstico tardio e pela demora no início do tratamento, a taxa de mortalidade é de 25% no Brasil.
Cenário baiano
Já na Bahia, o câncer de mama é o tipo de neoplasia que mais leva à morte a população, com uma média de 24 óbitos mensais para casos tratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), segundo dados disponíveis no portal Datasus, coletados pelo BNews nesta segunda-feira (5).
A Bahia também aparece em quinta colocação no cenário nacional em relação ao número de internações em razão de neoplasias malignas, atrás São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Em números absolutos, entre 2014 e agosto de 2020, o estado teve 24.149 registros de internações na rede SUS por causa da doença, uma média de 12 entradas por dia nos hospitais.
Pandemia
Neste ano, com a pandemia da Covid-19, 62% das mulheres deixaram de ir ao ginecologista e, consequentemente, não realizaram a mamografia preventiva. O percentual sobe para 73% entre as brasileiras com idade acima dos 60 anos, que fazem parte do grupo de risco do novo coronavírus.
Os dados são da pesquisa “Câncer de mama: o cuidado com a saúde durante a quarentena”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em algumas capitais brasileiras.
A presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, afirmou que as mulheres devem aproveitar o outubro rosa para colocar o exame de mamografia em dia. De acordo com ela, quando o tumor é detectado na fase inicial, a chance de cura é de 95%. “A mamografia consegue detectar coisas muito pequenas, que não dá para sentir na apalpação [da mama]”, explicou.
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) recomenda que a mamografia preventiva seja feita anualmente para as mulheres a partir dos 40 anos. Já o Ministério da Saúde orienta que o exame seja ofertado para aquelas que têm 50 e 69 anos, a cada dois anos. (BNews / Yasmin Garrido)