Vereadores pedem ao governador nome de Carlos Pitta para o Centro de Convenções

Foto: Matheus Landim/GOVBA
O cantor e compositor feirense Carlos Pitta, falecido recentemente, deve dar nome ao Centro de Convenções inaugurado há poucos meses pelo Governo do Estado, nesta cidade. A sugestão está sendo apresentada ao governador Jerônimo Rodrigues por um grupo de vereadores, através da indicação de número 768/2025, apresentada na Câmara Municipal de Feira de Santana (CMFS) e encaminhada ao Poder Executivo Estadual.
A homenagem, de acordo com os vereadores, seria um justo reconhecimento ao cantor, compositor, pesquisador e produtor cultural Carlos Pitta, “um dos mais importantes nomes da música popular nordestina e figura de incontestável relevância para a cultura feirense e baiana”.
A indicação legislativa uniu vereadores dey situação e também de oposição ao governador. Assinaram o documento: Silvio Dias (PT), Edvaldo Lima (UB), Eli Ribeiro (Republicanos), Eremita Mota (PP), Galeguinho SPA (UB), Gean Caverna (Podemos), Ismael Bastos (PL), Professor Ivamberg (PT), Jorge Oliveira (PRD) e José Carneiro (UB).
Carlos Pitta nasceu em Feira de Santana no dia 3 de março de 1955 e construiu uma sólida carreira ao longo de mais de quatro décadas, com forte identidade regional e respeito à tradição musical do sertão e do nordeste brasileiro, diz o texto elaborado pelos vereadores. Desde a infância, Pitta “demonstrava aptidão para as partes e a comunicação, participando de programas infantis na extinta Rádio Cultura e atuando no teatro local”.
Formado em Composição e Regência pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), a música de Carlos Pitta, diz a indicação, transitava com naturalidade por gêneros como o xote, o forró, o frevo e a MPB. Compôs e interpretou sucessos consagrados, como “Cometa Mambembe”, um clássico do Carnaval da Bahia. Enfrentou resistências em seu caminho, mas persistiu com coragem e dedicação no ofício artístico.
Iniciou a carreira profissional em 1979 com o disco “Águas do São Francisco – Lendas”, que marcou o início de uma trajetória fértil e inventiva.
Seus trabalhos seguintes, informa a justificativa, “reafirmaram o compromisso com a música de raiz e com a valorização da cultura nordestina, destacando-se os álbuns Coração de Indio (1982), Brisa (1984), A Lenda do Pássaro que Roubou o Fogo (1986), Feliz (1988), Tapete Mágico (1990), Sete Luas (1992), Dias de Luz (1994) e Dançando Forró (1996), entre outros.
Era profundo o vínculo que mantinha com a terra natal, presente em sua discografia e em entrevistas que concedeu, sempre com muito carinho. Em homenagem à cidade, compôs “Todos os caminhos passam em Feira de Santana”, “Princesa sertaneja” e “Abrigo Predileto”. Também gravou o Hino à Feira, de Georgina Herismann – ele doou uma cópia da partitura original do Hino, para o Município, “gesto de grande valor simbólico e afetivo”.
Carlos Pitta teve obras gravadas e interpretadas por grandes nomes da música brasileira, como Elba Ramalho, Daniela Mercury, Alcione, Margareth Menezes, Dominguinhos, Carlinhos Brown e muitos outros. Ele também dividiu o palco com ícones como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Azevedo, Fagner, Belchior e apresentou sua arte em importantes palcos nacionais e internacionais, incluindo participações em festivais de jazz na Suíça (Montreux) e na Alemanha (Tübingen).
Além da música, Pitta foi jornalista, colaborador de periódicos como o Jornal da Bahia e apresentador do programa “Viver Cultura” na TVE, espaço onde se dedicava a promover artistas e manifestações culturais da Bahia. O cantor faleceu em 7 de janeiro de 2025, aos 69 anos, em Salvador, após complicações causadas pela diabetes. Sua morte comoveu o meio artístico e cultural, “sendo lembrado como uma referência da cultura nordestina e da música popular brasileira, como registraram o Governo do Estado da Bahia, a Secretaria de Cultura, a imprensa e diversas instituições culturais.
A vida de Carlos Pitta, conforme observam os vereadores, foi “exemplo de dedicação à arte, à memória regional, à comunicação e ao desenvolvimento cultural da Bahia e do Brasil”. Seu nome, assinalam, “carrega o peso de quem lutou e venceu com talento, poesia e identidade”. Por tudo isso, dizem os parlamentares que assinaram a indicação, “mais do que justo, é necessário, registrar o seu nome no Centro de Convenções de Feira Santana, “perpetuando o artista que fez da sua cidade inspiração”. (CMFS)